sexta-feira, 17 de abril de 2009

O Realismo na Literatura


Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do quotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.
Uma característica comum ao Realismo é o seu forte poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Resumo da obra "Os Maias" de Eça de Queirós


A acção de "Os Maias" passa-se em Lisboa, na segunda metade do séc. XIX. Conta-nos a história de três gerações da família Maia.
A acção inicia-se no Outono de 1875, altura em que Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, se instala no Ramalhete. O seu único filho – Pedro da Maia – de carácter fraco, resultante de um educação extremamente religiosa e proteccionista à portuguesa, casa-se, contra a vontade do pai, com a filha de um antigo negreiro, Maria Monforte, de quem tem dois filhos – um menino e uma menina. Mas a esposa após conhecer Tancredo, um príncipe italiano que Pedro alvejara acidentalmente enquanto caçava, acabaria por o abandonar para fugir com o Napolitano, levando consigo a filha, de quem nunca mais se soube o paradeiro. O filho – Carlos da Maia – viria a ser entregue aos cuidados do avô, após o suicídio de Pedro da Maia, devido ao desgosto da fuga da mulher que tanto amava.
Carlos passa a infância com o avô, recebendo uma educação rígida. Principalmente direccionada à educação e só depois à religião. Forma-se depois, em Medicina, em Coimbra. Carlos regressa a Lisboa, ao Ramalhete, após a formatura, onde se vai rodear de alguns amigos, como o João da Ega, Alencar, Damaso Salcede, Palma de Cavalão, Euzébiozinho, o maestro Cruges, entre outros. Seguindo os hábitos dos que o rodeavam, Carlos envolve-se com a Condessa de Gouvarinho, que depois irá abandonar. Um dia fica deslumbrado ao conhecer Maria Eduarda, que julgava ser mulher do brasileiro Castro Gomes. Carlos segue-a algum tempo sem êxito, mas acaba por conseguir uma aproximação quando é chamado por ela, para visitar, como médico, a sua governanta que adoecera. Começam então os seus encontros com Maria Eduarda, visto que Castro Gomes estava ausente. Carlos chega mesmo a comprar uma casa onde instala a amante.
Castro Gomes descobre o sucedido e procura Carlos, dizendo que Maria Eduarda não era sua mulher, mas sim sua amante e que, portanto, podia ficar com ela.
Entretanto, chega de Paris um emigrante, que diz ter conhecido a mãe de Maria Eduarda e que a procura para lhe entregar um cofre desta que, segundo ela lhe dissera, continha documentos que identificariam e garantiriam para a filha uma boa herança. Essa mulher era Maria Monforte – a mãe de Maria Eduarda era, portanto, também a mães de Carlos. Os amantes eram irmãos.
Contudo, Carlos não aceita este facto e mantém abertamente, a relação – incestuosa – com a irmã, sem que esta saiba que são irmãos. Afonso da Maia, o velho avô, ao descobrir que Carlos, mesmo sabendo que Maria Eduarda é sua irmã, continua com a relação, morre de desgosto.
Ao tomar conhecimento, Maria Eduarda, agora rica, parte para o estrangeiro; e Carlos, para se distrair, vai correr o mundo.
O romance termina com o regresso de Carlos a Lisboa, passados 10 anos, e o seu reencontro com Portugal e com Ega, que lhe diz: - "Falhámos a vida, menino!".

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Combinação de aulas com música....

Na passada sexta feira dia 13, a nossa aula de português teve como primordial objecto de estudo o confronto entre duas magnificentes correntes artísticas: a literatura e a música no Romantismo e Pré-Romantismo (Época Clássica que engloba o Renascimento, o Barroco e o Iluminismo).
Escutamos graciosamente alguns excertos de obras de grandes nomes na música, como Handel e Beethoven.
Encontramos inúmeras semelhanças entre a música e a literatura.
Espero que tenhamos mais aulas em que a música invada a nossa sala e esta por sua vez ressoe nas nossas mentes.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sebastianismo nas personagens de Frei Luís de Sousa


Esse sentimento sebastianista é personificado principalmente por Maria e por Telmo, mas também, em parte, por Madalena, ainda que com uma conotação negativa, e consiste no facto de a expectativa do regresso de D. João de Portugal arrastar consigo o regresso do rei, desaparecido na mesma batalha (Alcácer Quibir - 1578).
Telmo Pais é, sem dúvida, a personagem sebastianista por excelência. Aio de D. João de Portugal, cultiva, durante quase toda a peça, a esperança de que o seu amo regresse. Ironicamente, será no reencontro com D. João que a sua posição se alterará, tomando o partido, ainda que involuntário, por Maria de Noronha.
Maria, por sua vez, é idealista, estimada, perspicaz e culta. O seu gosto pela leitura leva-a a ter uma imaginação fértil e, muitas vezes, delirante. Vibra com a hipótese de regresso do rei D. Sebastião, sem ter em conta que ele poderá significar também o retorno do primeiro marido da mãe.
O sebastianismo em Frei Luís de Sousa representa, assim, a sobreposição do emocional em relação ao racional, do pressentimento sobre a razão. O desfecho, ainda que muito trágico - e aí difere substancialmente de um eventual regresso de D. Sebastião -, contribuiria para o recrudescer do mito sebastianista: apesar de todos os anos que passaram e das buscas efectuadas em vão, o improvável e o indesejável aconteceram mesmo, 21 anos depois.

Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett

Almeida Garrett, escritor de características arcádicas e românticas, do início do século XIX, é autor de algumas das obras fundamentais da Literatura Portuguesa, entre as quais Viagens na Minha Terra é o expoente máximo. Trata-se de um olhar crítico da sociedade portuguesa, com descrições deliciosas sobre a nobilitação de muitos burgueses que outrora haviam desdito das práticas da Nobreza e, afinal, acabaram por conhecer o mesmo fim...
Em Frei Luís de Sousa, o mito sebastianista está bem presente. A história da peça aborda uma autêntica catástrofe que se abateu sobre a vida de uma família nobre do final do século XVI. Tem como característica peculiar o facto de todas as personagens assumirem, ao longo do enredo, posições coerentes e de uma grande dignidade, pelo que é difícil definir quem é a personagem principal, da mesma forma que, no final, perante tão graves consequências de toda a tragédia abatida, surge no leitor uma sensação de profunda injustiça.
De uma forma resumida, o enredo é o seguinte: D. João de Portugal, um nobre muito respeitado na sociedade, desapareceu, em 1578, na batalha de Alcácer Quibir, por sinal a mesma na qual o rei D. Sebastião perdeu a vida. Contudo, a morte de D. João de Portugal nunca foi provada, passando-se exactamente o mesmo com D. Sebastião.
Entretanto, a mulher de D. João de Portugal, D. Madalena, esperou sete anos pelo marido, uma espera que se revelou infrutífera. Pese ter casado com D. João de Portugal, a meio da peça o leitor dá-se conta do facto de ela nunca o ter amado verdadeiramente. Pelo contrário, o homem que amava era Manuel de Sousa Coutinho, um português fiel aos valores patrióticos e inconformado com o domínio espanhol, que se vivia na altura em Portugal (1599).
Tomando uma atitude corajosa, Manuel e Madalena vão desafiar a sorte (hybris), casando sem ter a certeza da morte de D. João de Portugal. E aí começa a verdadeira dimensão trágica desta peça magistralmente gizada por Garrett: realmente, tudo apontava para uma alta improbabilidade da hipótese de D. João de Portugal ainda estar vivo e mesmo a sociedade via com bons olhos o casamento entre Manuel e Madalena. O casal teve uma filha, D. Maria de Noronha, uma jovem muito especial, culta, adulta, mas simultaneamente criança e fisicamente débil. Ora, aqui surge o grande drama da acção: caso D. João de Portugal, por uma possibilidade trágica, ainda estivesse vivo, Maria era uma filha ilegítima, o que, para a sociedade da época, era um pecado muito grave.
Temendo a catástrofe, D. Madalena tem constantemente premonições trágicas, as quais vão ser concretizadas com a chegada de um Romeiro, que diz vir da Terra Santa e querer falar com Madalena. Ao revelar a sua identidade, uma série de consequências irão advir. Mostrando uma dignidade tocante, Manuel de Sousa Coutinho rende-se ao destino cruel e vai professar, juntamente com Madalena. Maria, a filha, revoltar-se-á contra uma sociedade retrógrada que, por uma questão meramente formal, passou subitamente de aprovadora para acusadora: «Vós quem sois, espectros fatais?... Quereis-mos tirar dos meus braços?... Esta é a minha mãe, este é o meu pai... Que me importa a mim com o outro, que morresse ou não, que esteja com os mortos ou com os vivos...» De nada lhe valeu a revolta, antes pelo contrário. O seu rótulo de ilegítima custar-lhe-á a morte por vergonha.
Outros aspectos igualmente interessantes poderiam ser referidos e ajudariam à compreensão desta magnífica peça - nomeadamente o papel de Telmo Pais. Todavia, importa realçar que por toda a obra perpassa um carácter sebastianista.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Fogo; Água; Ar; Terra

Os quatro elementos

Fogo


O fogo é um símbolo de poder e de belicosidade (guerra) também: o poder do homem primitivo sobre os outros animais se fez impor através do domínio do fogo, tornando assim os humanos mais poderosos que animais inúmeras vezes mais fortes e terríveis. Hoje em dia a lógica prossegue a mesma: os países mais poderosos são aqueles que detêm mais armas de fogo, as quais geralmente representam o ponto final numa discussão política internacional. O símbolo do fogo é uma tocha acesa.


Água


Água, o segundo elemento, é associada ao número 2. A água representa a emoção, que vem a ser a manifestação material (física) mais próxima do espírito, ou ainda a manifestação espiritual mais próxima da matéria. A emoção fica na fronteira entre o espírito e o pensamento. A água é ondulante, calmante, suave, mas também pode ser uma violenta fonte de terror - basta pensar nos tsunamis que ocorreram no final do ano de 2004 e que deixaram o mundo inteiro boquiaberto. Representa o princípio feminino da adaptabilidade e da persuasão, mas note que, assim como o homem, chamado "sexo forte", pode usar de sua força para proteger os entes queridos numa demonstração de carinho através da força, da mesma forma uma mulher, chamado "sexo frágil", pode ser violenta sem uso de força física, mas através de manipulações emocionais. Na verdade, qualidades e defeitos transcendem ao sexo da pessoa, estas comparações se dão no plano da psique e do arquétipo, os quais independem do sexo. O símbolo da água é uma taça cheia deste elemento.

Ar


Ar é o terceiro elemento, associado ao número 3. É o elemento das idéias, do pensamento, da criatividade, do raciocínio e da filosofia. Após a urgência espiritual que não tem nome e a espontaneidade emocional, naturalmente se desenvolve a necessidade de refinar as emoções - ou seja, educá-las, analisá-las. A grande característica do ser humano é sua criatividade: tudo que há na sociedade foi primeiramente concebido, imaginado, pelo homem. Daí que todos os planos, conceitos, racionalizações e ciência têm ressonância no arquétipo do ar. A intuição está ligada à espiritualidade do fogo; ao se tornar menos abstrata a intuição se transforma em sentimento; e ao se pensar no sentimento começa a análise do mesmo - e este é o processo do ar. Ao mesmo tempo em que representa o desenvolvimento do ser humano através da inteligência, o elemento ar evidencia as armadilhas que o intelecto prega, devido às suas limitações.O símbolo do ar é uma espada brilhante.


Terra


Terra é o quarto elemento, associado ao número 4. É o elemento mais estável entre todos, o mais previsível, relacionado à matéria, à organização das coisas, à manifestação palpável do conceito que surgiu no fogo, foi filtrado pela água e vivificado pelo ar. O elemento do corpo e da casa, e do sustento de ambos. É o elemento menos refinado e mais essencial de todos. Representa o instinto, que atinge os mesmos fins do raciocínio, sem passar pela complexa mecânica do pensamento. Elemento primitivo, referência de certeza, o chão em que se pisa. Contudo, sua estabilidade, que parece permanente, é fonte de total desestrutura quando algo errado acontece, como um terremoto: sendo o elemento mais firme de todos, a eventual instabilidade da terra provoca danos e traumas piores do que quaisquer outros desequilíbrios dos elementos.O símbolo da terra é uma moeda de ouro.

Significado de Escapulário


Escapulário indica uma vestimenta que os monges usavam sobre o hábito religioso durante o trabalho manual. Com o tempo assumiu um significado simbólico: o de carregar a cruz de cada dia, como os discípulos e seguidores de Jesus.

É um sinal aprovado pela Igreja e aceite pela Ordem do Carmo como manifestação extrema de amor a Maria, de confiança filial nela e do compromisso de imitar a sua vida...

Biografia de António Aleixo


António Fernandes Aleixo, nasceu em Vila Real de Santo António, a 18 de Fevereiro de 1899.Foi um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente em seus versos.

Era simples, humilde e semi-analfabeto. Deixou como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.

No emaranhado de uma vida recheada de pobreza, mudanças de emprego, imigração, tragédias familiares e doenças, na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como imigrante foi exercido em França.
De regresso ao seu país natal, restabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".
Faleceu por conta de uma tuberculose, a 16 de Novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.

Biografia de Almeida Garrett

Almeida Garrett de seu nome João Baptista da Silva Leitão, nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799 e faleceu a 9 de Dezembro de 1854 em Lisboa.
Foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, ministro e secretário do Estado honorário português.
Grande impulsionador do Teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português.Foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D.Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Romantismo



O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu na Europa e nos Estados Unidos da América a partir da segunda metade do século XVIII. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média. Muito variada nas suas manifestações, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo, o subjectivismo e a intensidade.Contra a ordem e a rigidez intelectual clássica, os artistas românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão individual, através das quais poderiam alcançar o sublime e o genial.